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Planejamento sucessório deve ser foco de gestões familiares

07-09-2015

Empresas familiares costumam apresentar diversos problemas e conflitos em processo de sucessão, sendo freqüentes os casos que são parar na Justiça. Por isso, especialistas explicam que o futuro da empresa familiar depende do processo de repartição das responsabilidades e que o primeiro passo para evitar o surgimento de processos é a realização de um planejamento sucessório.

O conselho dos especialistas é iniciar o planejamento o quanto antes, para que os envolvidos fiquem cientes das transformações que a empresa poderá sofrer ao longo do tempo. Edgar Katzwinkel Junior, especialista em Direito Comercial, comenta que a principal dificuldade para as empresas que dependem da administração familiar é o consenso.

“Só o objetivo comum de conduzir o negócio pode evitar o conflito”, diz Katzwinkel, que tem entre suas experiências recentes a sucessão familiar da Rede Bandeirantes de Comunicação.

Olga Colpo, especialista da Price Waterhouse, explica que é “preciso definir regras e separar a família da empresa, para não tornar o almoço de domingo uma reunião sobre direitos dos herdeiros”. Ela acrescenta que os herdeiros devem ser preparados para ser acionistas, ter acesso a capacitação profissional e plano de carreira dentro da empresa, se desejarem manter-se na administração. “Com isso, problemas futuros, inclusive de fraudes e má gestão, são eliminados”, diz.

Acordo entre acionistas

No caso da reestruturação administrativa da empresa de materiais de construção Balaroti, que começou em 2006, por exemplo, o processo será aprofundado a partir de um acordo entre os acionistas, ainda em fase de elaboração. Na Balaroti, a gestão se manteve dentro da família, mesmo com o afastamento de um dos cinco irmãos herdeiros.

Outra pessoa ingressou como sócia, e alguns dos filhos já atuam em diferentes cargos. A saída para manter o patrimônio com a família foi a criação, no ano passado, de holdings sem fins comerciais, que funcionam apenas como sócias, evitando que os sócios entrem como pessoa física. A rede, que surgiu em 1966, possui atualmente 15 lojas no Paraná e em Santa Catarina e prevê três novas unidades para 2008.

A Águas Ouro Fino, terceira maior empresa de águas do País, é dirigida há dez anos por um dos herdeiros, que se prepara para deixar a empresa. “No princípio formamos equipes entre os próprios membros da família, que ocuparam diversos postos dentro da empresa. Agora a tendência é de que a empresa tenha uma gestão cada vez mais profissionalizada”, diz Guto Mocelin, da terceira geração da família na empresa, que terá uma nova linha na planta ainda neste ano para a fabricação de novo produto com a marca.

Jornal DCI