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G1 – No 1º semestre, SP tem 84% mais mortes do que a média histórica registrada no estado, diz associação de cartórios
Número de mortes no estado nos primeiros seis meses bateu recorde, chegando a quase 250 mil, enquanto o de nascimentos, no mesmo período, foi 12% menor do que a média, segundo levantamento de cartórios.
O número de mortes no estado de São Paulo nos primeiros seis meses deste ano bateu um recorde histórico: foram quase 250 mil óbitos, segundo os registros nos cartórios. A diferença entre mortes e nascimentos no período também nunca foi tão pequena.
O levantamento é da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-SP), a partir do Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos cartórios de registro civil do país.
Os dados retratam uma mudança demográfica que tem sido registrada no estado, em especial pela pandemia de Covid-19. Se, por um lado, nunca morreu tanta gente, por outro, nunca antes os nascimentos foram tão poucos.
De acordo com a pesquisa, os cartórios do estado registraram quase 249 mil mortes (248.624) até o fim de junho – o maior número da história para um semestre. O número é 84% maior do que a média de óbitos registrada no estado. Nesse mesmo período, foram 277.019 nascimentos, quantidade 12% menor do que a média de nascidos no estado.
Os óbitos e os nascimentos registrados na base de dados ainda podem aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros são de até 15 dias entre o falecimento ou o nascimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.
Na primeira semana de abril, o G1 informou que, pela primeira vez na história, o número de mortes ultrapassou o de nascimentos na região sudeste do Brasil, de acordo com dados da Arpen.
Segundo demógrafos, a Covid-19 é uma das causas da queda da natalidade porque muitos casais adiaram a decisão reprodutiva.
Quando se observa os números de mortes apenas por Covid-19, há ainda um aumento da participação do estado no total de óbitos pela doença no país.
Em janeiro, o estado respondia por 21,4% das mortes no país, mas o percentual começou a subir em março e chegou a 29,5% em junho.
No total da pandemia, São Paulo responde por quase 25% das mortes. Todos esses números são maiores do que a participação do estado na população brasileira que, atualmente, segundo o IBGE, é de 21,9%.
A Secretaria da Saúde do estado afirmou que a comparação dos dados é “equivocada” e que ela ignora o comportamento da pandemia. Segundo a pasta, os dados atuais mostram “nitidamente a redução dos casos, óbitos e internações”.
Fonte: Portal G1