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G1 – Julho teve o menor número de nascidos e recorde de mortes para o mês no Alto Tietê, apontam cartórios
Dado divulgado pela Arpen leva em consideração toda a série histórica, desde 2003, para o mês de julho.
Em 2021, sob influência da pandemia, as estatísticas vitais de julho fugiram do esperado para o mês nos cartórios do Alto Tietê. Segundo dados da Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), o número nascimento registrados foi o menor, enquanto o de óbitos foi o maior da história.
Entre os nascidos, foram 1.733, o que indica uma queda de 6,7% em relação à média histórica para o mês. Já o número de mortes registradas em cartórios, incluindo todas as causas, foi de 1.129, representando uma elevação de 44,5% em relação à média de julho nos últimos 18 anos.
Apesar disso, os dados da Arpen indicam uma diminuição no número de vidas perdidas no sétimo mês do ano em relação a junho, enquanto o índice de nascidos cresceu entre os meses (confira os gráficos abaixo).
O levantamento inclui informações de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. É levado em consideração o local de registro e, não necessariamente, onde a pessoa vivia.
Nos últimos 18 anos, a média de nascimentos registrados nos cartórios do Alto Tietê em julho girava em torno de 1.859. O dado já apresentava queda em 2020 e, neste ano, caiu ainda mais. O índice observado agora é o mais baixo para o mês desde o início do levantamento.
Na contra-mão, o total de atestados de óbito emitidos pelos cartórios da região foi o maior para o mês. Até 2020, a média de julho era de 781. O índice já apresentava crescimento nos últimos anos, diante do aumento e envelhecimento da população. No entanto, atingiu o nível mais alto na pandemia.
Embora o número de mortos tenha sido o maior para o mês nos últimos anos, o dado mostra uma queda na comparação com o anterior. Em junho foram 1.270 registros de óbito nos cartórios, o que aponta uma redução de 11,1% em julho. Já nos nascimentos, o total de julho indica um aumento tímido de 1,6%.
Impactos na população
No primeiro semestre de 2021, pela primeira vez na história, os cartórios de Mogi das Cruzes registraram mais mortes do que nascimentos. A alta no óbitos e a queda na natalidade deve causar impactos no futuro da população, como explicou o oficial de registro Rodrigo Napolitano.
“Ao mesmo tempo, [tivemos] a diminuição do registro de nascimentos, por uma questão de planejamento familiar. No período de pandemia, as pessoas querem evitar ter filhos. As pessoas adiam esse plano de ter filhos por questão de ter que enfrentar hospitais, incertezas financeiras, todos esses aspectos”, disse.
“É uma geração que vai ter menos pessoas. Em escolas, por exemplo, a quantidade de alunos nessa faixa etária vai ser reduzida. Quando prestarem faculdade, mercado de trabalho… Vai ter impacto também na previdência social, porque ela continua. Só que a faixa de pessoas trabalhadoras diminui”.
Fonte: G1 – Mogi das Cruzes e Suzano