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G1 Campinas – Acabou o amor? Entenda por que os casamentos na RMC diminuíram 10,1% em cinco meses
Grupo com 20 cidades teve 6.593 casamentos civis de janeiro a maio, ante 7.341 no mesmo período do ano anterior. Professores de sociologia e economia da PUC avaliam influências.
Os casamentos civis na Região Metropolitana de Campinas (SP) diminuíram 10,1% em cinco meses, segundo o Seade, fundação vinculada à Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo. A pesquisa mostra 6.593 uniões de janeiro a maio, ante 7.341 no mesmo intervalo do ano anterior.
A queda ocorreu após as 20 cidades do grupo terem registrado entre 2021 e 2022 uma alta de 9,9%.
📄 Estatísticas
2021: 6.674
2022: 7.341
2023: 6.593
A pesquisa do Seade considerou registros de casamentos realizados mensalmente pelos Cartórios de Registro Civil dos municípios paulistas. As estatísticas foram atualizadas até 14 de julho, mas o Seade não detalhou as variações entre casamentos de sexos diferentes, e entre as pessoas do mesmo sexo
💔Não era amor?
As explicações para a diminuição de uniões civis podem estar atreladas à retomada de uma tendência de queda verificada desde 2015 na RMC, segundo análises de professores das áreas de sociologia e economia da PUC-Campinas ouvidos pelo g1. Para eles, mudanças culturais e financeiras pesaram.
O levantamento do Seade mostra que houve uma redução gradativa daquele ano até 2020, quando houve o início da pandemia de Covid-19. Em contrapartida, houve crescimento progressivo até 2022.
Para a professora da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas Stela Cristina de Godoi, o aumento até o ano passado pode ter refletido uma demanda reprimida de casamentos que foram adiados em meio à crise sanitária, e uma hipótese para a parcial de 2023 seja a volta do decréscimo.
“Existe uma mudança cultural para relacionamentos menos formalizados. Antes era mal visto para uma mulher ser amasiada, por exemplo, e hoje o casamento não é mais tão necessário para que se encontre reconhecimento social. Deixou de ser exigido para as pessoas viverem as relações afetivas, antes a configuração de família e validação passava pelos valores atribuídos ao casamento”, ponderou ao mencionar que fatores econômicos também podem explicar a redução deste tipo de união.
Já o professor da Faculdade de Economia da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho avaliou que houve um ciclo de prosperidade de 2010 a 2015, o que facilitou investimentos em eventos. Depois disso, avaliou o docente, disputas políticas geraram instabilidades naquele campo e refletiram na economia. “O casamento acaba sendo um evento bastante dispendioso”, lembrou.
Para ele, as altas de 2020 a 2022 representam somente uma demanda reprimida decorrente da pandemia que implicou no aumento da realização de eventos. “Muitas das empresas não suportaram os dois anos, 2020 e 2021, com restrições. Então há um processo de reorganização […] Inclusive com dificuldades de agendamento, e de reestruturação dos serviços”, ponderou o economista.
Fonte: G1 Campinas