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Clipping – O Dia – Leilão como alternativa

20-08-2018

Compra do primeiro imóvel pela modalidade vem crescendo no setor imobiliário. Veja os cuidados necessários para uma negociação segura

 A compra de imóveis via leilão costuma ser uma prática entre investidores. No entanto, segundo especialistas, vem crescendo o número de famílias que compram a primeira casa nessa modalidade. Segundo explicam, a principal razão para o aumento é o preço abaixo do mercado, o que atrai clientes em dificuldade de obter crédito e em quitar as altas taxas de juros praticadas no setor. Em algumas empresas que promovem leilões, esse crescimento chegou a 80%.

Na Investmais, houve acréscimo de 35% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2017. “Esses imóveis são retomados por bancos e construtoras de pessoas que não conseguiram arcar com o financiamento, e vão a leilão com preços mais acessíveis”, diz a diretora Patricia Curvelo.

No mesmo caminho, a Sold Leilões também percebeu um aumento considerável de pessoas que arremataram imóveis para moradia própria. Nos últimos três anos, o número de clientes nesse perfil chegou a 80% em 500 imóveis leiloados no estado.

Arrematar um imóvel em leilão foi a forma que a auxiliar administrativa Raquel de Souza, de 35 anos, encontrou para conseguir a casa própria. Ela procurava um empreendimento há quatro anos, mas não conseguia arcar com os valores do mercado. “Nas pesquisas, encontrei anúncios sobre leilões, e vi que os preços eram mais atraentes”, conta.

CAUTELA NA OPERAÇÃO

Porém, como em toda negociação, é preciso ter cautela para garantir o sucesso da operação. Embora os valores sejam mais acessíveis, a advogada Bianca Cukier alerta que o arrematante precisa arcar com os custos de registro do imóvel e com a comissão do leiloeiro, que equivale a 5% do valor da unidade.

O consumidor também deve ficar atento à situação do imóvel. Segundo o advogado Antonio Ricardo, em alguns casos, a prática acaba não sendo vantajosa para o futuro comprador. “Às vezes, o imóvel está ocupado, necessitando de reformas, e também pode ser alvo de uma ação na Justiça. Por isso, é muito importante conhecer a situação jurídica da unidade que se pretende adquirir”, alerta.

DÊ O LANCE COM SEGURANÇA

REFERÊNCIAS

Consulte informações sobre o imóvel em sites de leilões e empresas que prestam assessoria na compra de unidades na modalidade.

Levante o máximo de informações sobre o empreendimento e consulte o edital de leilão. Em regra, o documento deve informar o número da matrícula do imóvel e deixar claro se os débitos fiscais e condominiais serão de responsabilidade do arrematante ou se estão embutidos no lance mínimo do leilão.

REGISTRO DO IMÓVEL

Verifique a matrícula no Cartório de Registro de Imóveis e cheque os débitos fiscais e condominiais que o imóvel possa ter. A informação pode ser conferida com o leiloeiro ou prefeituras e administradoras de condomínio.

Ainda com o número da matrícula imobiliária, faça um levantamento de eventuais ônus que possam pesar sobre o imóvel: penhoras, arrestos ou hipotecas.

Com o CPF do antigo proprietário, é possível descobrir junto ao Tribunal de Justiça se existem ações judiciais que possam atrapalhar a compra da unidade. O advogado Antonio Ricardo ressalta que, embora tais ações judiciais possam existir, muitas delas não impedem a venda do imóvel em leilão. Mas podem trazer complicações futuras.

Para facilitar o processo de arrematação, a consultoria de um especialista pode ajudar a evitar problemas, entraves e eventuais prejuízos.

Fonte: O Dia