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Clipping – Notícias Automotivas – Como bloquear um veículo que não foi transferido?

14-12-2018

Uma das coisas mais chatas que podem acontecer na venda de um veículo para terceiro é a não transferência do mesmo, por parte do novo proprietário.

A dor de cabeça, no entanto, pode ser muito grande se o comprador cometer infrações com o carro ainda no nome do velho dono, que pode ter muitos problemas com isso. Então, como bloquear um veículo que não foi transferido?

O processo de venda de um automóvel não é complicado, mas é preciso seguir algumas etapas importantes para que nada saia errado. Porém, mesmo assim, o novo proprietário pode não honrar com a palavra e simplesmente não transferir o carro no prazo legal.

Obviamente ele será punido com multa e pontuação na CNH, mas isso não assusta quem não cumpre a lei, infelizmente.

Como bloquear um veículo que não foi transferido?

Bom, antes de falarmos como se dá o processo de venda, primeiro vamos ao ponto, o bloqueio do veículo. Após a venda ter sido efetuada, o novo proprietário tem um prazo legal de 30 dias a partir da datação e assinatura do vendedor no documento do carro, o CRV (Certificado de Registro do Veículo).

Após esse período, se o novo dono não tiver efetuado a transferência para seu nome, o mesmo comete uma infração grave com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Antigamente, em São Paulo, existia a multa de averbação, que incidia sobre o atraso na transferência e representava 1% do valor venal do veículo, mas ela foi extinta.

Com a descoberta de que a transferência ainda não foi feita, o antigo dono deve comunicar ao Detran a venda do carro, que pode ser feita com a apresentação no órgão de trânsito de uma cópia autenticada do CRV assinado e datado, comprovando assim que o veículo foi repassado ao novo dono, que por sua parte não o transferiu.

É preciso ressaltar que é obrigação do vendedor comunicar a venda do veículo ao Detran, embora isso seja feito automaticamente em cartórios de São Paulo, que repassam a informação da transferência ao departamento de trânsito em até cinco dias. Este, por sua vez, atualiza o registro do veículo, resguardando o antigo dono de possíveis problemas mais adiante.

Mas, em outros estados, é necessário informar ao Detran a venda do carro. Agora, se este não foi transferido pelo comprador, o vendedor pode ainda bloqueá-lo mesmo sem a cópia do CRV. Basta ir ao cartório onde foi registrado a venda para obter uma certidão de registro do documento.

Entretanto, mesmo que o CRV tenha sido assinado e datado, mas o negócio não tenha sido registrado e autenticado em cartório, o antigo proprietário pode ir ao Detran e pedir o bloqueio do veículo mediante uma declaração de próprio punho com a assinatura de duas testemunhas, alegando que o veículo lhe pertenceu e que o mesmo não foi transferido.

 E o que acontece com o bloqueio?

Após o pedido de bloqueio do veículo pelo Detran, o carro não pode ser licenciado novamente até que a transferência original seja efetuada. Se mesmo assim, o comprador em situação ilegal continuar com o carro, este poderá ser apreendido em uma blitz por conta do bloqueio.

Além disso, se o carro for guinchado e parar num pátio, apenas o proprietário original pode retira-lo, o que na prática significa o fim da posse do veículo por parte do comprador em situação irregular.

Infelizmente no mercado de usados, existem muitas ofertas de carros com a chamada “dupla”, onde um carro não transferido (e não bloqueado) é ainda repassado para outra pessoa.

Porém, o bloqueio impede que o licenciamento seja feito e isso em si já é um fator que limita o uso do carro devido a fiscalização. No caso de multas de infrações cometidas e tributos atrasados pelo comprador com o carro no nome do vendedor, este deve ingressar com recurso junto aos órgãos responsáveis pelas cobranças e provar com documentos que não estava mais em posse do veículo.

Como fazer a venda do veículo de forma legal

Para evitar dor de cabeça, o proprietário do veículo precisa ir com o comprador até um cartório. Lá, ele assina e data o CRV, colocando os dados do novo dono, que também assina o documento. Além disso, é importante que este coloque o CEP do endereço mencionado e que apresente um comprovante do mesmo.

Após isso, com os documentos de vendedor e comprador apresentados juntos com o CRV, o cartório vai reconhecer firma das duas assinaturas e autenticará o documento, registrando-o para fiscais legais.

Se isso for feito no estado de São Paulo, o cartório envia um comunicado de transferência do veículo direto para o Detran-SP em até cinco dias.

Dessa forma, o vendedor não precisará fazer formalmente a comunicação de venda, pois a mesmo foi efetuada de forma automática via cartório. Em outros estados, o antigo dono deve comunicar a venda ao Detran local. Em qualquer dos casos, é importante que o ex-proprietário tenha em mãos uma cópia do CRV assinado e datado, sendo esta de preferência autenticada.

 

Fonte:  Notícias Automotivas