Notícias
Brasil é líder em casamento infantil na América Latina e quarto lugar no mundo
Uma menina com menos de 15 anos se casa no mundo a cada sete segundos. Para fugir de violência física e sexual ou por pressão dos pais, da comunidade e da igreja, e principalmente levadas pela pobreza, elas aceitam o casamento geralmente pouco depois da iniciação sexual, ou por uma gravidez inesperada.
Segundo dados levantados esse ano pelo Banco Mundial, quinze milhões de meninas se casam antes de completar 18 anos no mundo e cerca de 36% da população feminina brasileira se encontra nessa situação.
Em pleno século 21, meninas são forçadas ao casamento por pressão dos pais, da comunidade, da igreja, apoiados no discurso da honra. Muitas meninas sofrem abusos em casa e veem no casamento uma fuga. A maioria dos casamentos nesta faixa etária são informais e meninas de 16 anos só podem casar com a autorização dos pais.
Mas o fator de maior relevância continua sendo a pobreza. Muitas famílias veem no casamento precoce uma saída dessa condição, com uma pessoa a menos pra alimentar. Já as meninas, veem oportunidade de segurança financeira.
A pesquisadora do Banco Mundial explica que as consequências do casamento infantil são múltiplas: “Meninas que se casam com menos de 18 anos têm o maior risco de sofrer com violência doméstica, representam 30% da evasão escolar feminina no estudo secundário e são as principais responsáveis por gravidez na adolescência, gerando consequências graves para as mães e os filhos, inclusive taxas maiores de mortalidade materna e infantil”. A pesquisadora defende melhoras na legislação, com a eliminação de brechas na lei. “Alguns países já fizeram isso na América Latina – estipular condições para quem celebra a autoria do casamento. Mas acho que passa muito por uma conscientização”, opina.
Pra nós, esses dados são mais um motivo pra odiar o capitalismo e lutar contra esse sistema que segue nos punindo de tantas formas. O casamento infantil é acima de tudo uma grave ameaça às vidas, à saúde e ao futuro dessas meninas, além de uma violação terrível dos direitos humanos.
Fonte: Esquerda Diário