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G1 Mogi – Mortes por Covid-19 caem 57,3% em agosto, apontam cartórios do Alto Tietê; número é o menor em 16 meses

Ao todo, foram 90 óbitos de pessoas com idades entre 20 e 100 anos ou mais; número perde apenas para os primeiros dois meses da pandemia. Dados mostram, no entanto, que os idosos voltaram a ser maioria entre as vítimas. Para especialista, isso já era esperado e reforça a necessidade da dose de reforço.

20-09-2021

Os cartórios do Alto Tietê registraram em agosto de 2021 um dos menores índices de mortes pela Covid-19 em toda a pandemia. De acordo com dados da Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), foram apenas 90 óbitos, o que indica uma queda de 57,3% em relação a julho.

O número é o mais baixo em 16 meses, perdendo apenas para março e abril de 2020. Entre as vítimas estão pessoas de 20 a 100 anos ou mais. No entanto, o índice mostra que os idosos voltaram a ser maioria entre os mortos, o que não acontecia desde junho.

Para a médica infectologista Raquel Muarrek, este cenário já era esperado em decorrência da queda na resposta imunológica deste público e destaca a necessidade da dose de reforço. Aplicação foi recomendada pelo Ministério da Saúde.

O levantamento inclui Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. É levado em consideração o local de registro e, não necessariamente, onde a pessoa morava.

Em meio ao avanço da vacinação contra a Covid-19, o total de vidas perdidas em agosto deste ano é 57,5% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. O índice se aproxima do que foi observado no segundo mês da pandemia.

Além disso, foi a quinta queda consecutiva desde o pico da segunda onda, em março desse ano. Naquele mês, a região atingiu um recorde com 778 mortos pela doença. De lá para cá, os cartórios atestaram 88,4% óbitos a menos.

Idosos voltam a ser maioria entre as vítimas

Em junho, quando mais de 90% das pessoas com 70 anos ou mais já havia recebido as duas doses da vacina contra a Covid-19, os idosos passaram a ser minoria entre as vítimas. Em agosto, porém, o cenário voltou a mudar.

Segundo a Arpen, 58,8% das mortes eram de pessoas com mais de 60 anos, sendo que os idosos de 60 a 79 representavam 38,8% do total. Em seguida está a faixa dos 40 a 59 anos, com 30%.

De acordo com infectologista Raquel Muarrek, esse cenário é observado em todo o estado e, de certa forma, já era esperado. Isso ocorre porque os idosos têm uma resposta imune menor, podendo retornar ao quadro respiratório.

“Nós estamos em uma época em que os idosos já passaram em torno de seis meses da sua vacinação e há uma queda, uma resposta imunológica menor, com o tempo da vacina. Por isso a gente considera que o idoso é um paciente frágil”.

Consequentemente, os números evidenciam a importância da aplicação da dose de reforço. A recomendação do Ministério da Saúde é que a população acima de 70 anos, que tenha tomado a segunda dose há mais de seis meses, e imunossuprimidos, recebam mais uma aplicação.

“Nesse momento, no estado, estamos vendo um aumento no número de internações, em torno de 30%, para pessoas acima de 70 e 80 anos. Por isso a necessidade da revacinação ou a dose de reforço nessa faixa etária”, completa Raquel.

A dose de reforço não é, exatamente, uma terceira dose. Segundo a infectologista Suzi Berbert, esse conceito está relacionado à manutenção do nível de anticorpos que foram obtidos dentro do previsto nos estudos.

“O reforço vacinal é feito para quem já tomou as duas doses da vacina e teve o efeito imunológico esperado. O reforço funciona como uma manutenção. No caso da Influenza, por exemplo, quando a gente aplica o reforço todos os anos, a gente desenvolve anticorpos contra as cepas novas e antigas”, explica.

Fonte: G1 – Mogi das Cruzes e Suzano