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TJ/SP – Desembargador Jayme Queiroz Lopes Filho é homenageado antes da aposentadoria
Foram exatos 18 anos de Magistratura.
O desembargador Jayme Queiroz Lopes Filho participou, de forma virtual, na manhã de hoje (29), de sua última sessão de julgamento na 36ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo antes da aposentadoria. A despedida ocorreu exatamente 18 anos após seu ingresso na Magistratura, em 29 de julho de 2003. “Sou uma pessoa de muita sorte pela família e pelos amigos que tive, bem como pela minha carreira na Advocacia e na Magistratura”, disse o desembargador.
O vice-presidente do TJSP, desembargador Luis Soares de Mello, representando o presidente da Corte, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, contou que conhece o homenageado há 50 anos, desde a época da faculdade. “Mais um bom e querido amigo que nos deixa”, disse, ressaltando a simpatia e a delicadeza do desembargador no trato com as pessoas. “Sempre muito educado, fino, elegante, atencioso e cortês com todos, deixa sua marca forte não só na Magistratura paulista, como na história do próprio Tribunal de Justiça e também em todos os amigos que fez por aqui”, completou.
Pessoa boa, bem-humorada, inteligente e com colocações pontuais: foi assim que o corregedor-geral da Justiça, desembargador Ricardo Mair Anafe, definiu o colega. “Como profissional, sempre foi virtuoso, sério e dedicado. Não havia processo que passasse por ele que não tivesse o devido cuidado na análise de todos os pontos”, avaliou. “É muito bom saber que você está feliz”, concluiu.
O presidente da Corte paulista no biênio 2018-2019, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, saudou a memória do pai de Jayme Queiroz Lopes Filho e relembrou as conversas com o homenageado sobre questões processuais. “É um juiz dedicado, artesanal. Cada voto tem a marca Jayme Queiroz Lopes Filho. Sabe-se que foi um serviço feito com cuidado e carinho. Cumprida a missão, é hora de passar o bastão para os que virão”, afirmou.
Para o presidente da Seção de Direito Privado, desembargador Dimas Rubens Fonseca, o colega deixa sua marca, seu jeito, sua preocupação com o trabalho. “Havia sempre um cuidado com as coisas da Magistratura e com o interesse das partes, uma pessoa diferenciada. Uma pessoa sempre interessante de conversar e ouvir, alegre e com uma tirada inteligente. Torcemos pelo seu futuro e ficamos saudosos pela sua saída”, declarou.
O presidente da Seção de Direito Criminal, desembargador Guilherme Gonçalves Strenger, falou do novo ciclo de vida que começa agora para o homenageado, que terá mais tempo livre para se dedicar à família e a outros afazeres. “A vida continua e novos ideais devem pautá-la. É importante viver essa fase com saúde e espírito jovem. Vai deixar saudades”, expressou.
O professor e advogado José Rogerio Cruz e Tucci contou da relação com o amigo magistrado e das boas lembranças. “Pude aprender com ele, com sua acuidade e seu tirocínio para resolver questões jurídicas. Acompanhei com atenção a trajetória firme e segura do Jayme e tinha certeza que sua experiência como brilhante advogado iria gerar bons frutos para a Magistratura. De um lado, deixa uma lacuna que será sentida pelos seus pares. De outro, terá a tranquilidade para desfrutar o que plantou”, avaliou.
Em sua fala, o presidente da 36ª Câmara de Direito Privado, desembargador Walter Cesar Incontri Exner ressaltou o conhecimento jurídico, o elevado senso de justiça e humanidade do amigo. “São sentimentos muito conflitantes, porque, ao mesmo tempo em que estamos felizes com o descortinar da sua nova fase, não há como deixar de pensar na falta que você fará e na saudade, em razão do seu espírito sempre acolhedor e agregador”, disse no início do discurso. “O Jayme honrou a classe de advogados, chegou à Presidência da Associação dos Advogados de São Paulo (ASP) e brindou o Tribunal com sua nomeação pelo Quinto Constitucional. Leitor voraz, estudioso incansável do Direito e dedicado, qualidades que sempre foram um paradigma para mim e para esta Corte”, completou, agradecendo pelo companheirismo, amizade e lealdade, “características marcantes da sua personalidade”.
Ao lado da esposa Flavia Guedes da Cunha, Jayme Queiroz Lopes Filho relembrou o início da carreira, quando, ainda estudante de Direito, frequentava os fóruns com o pai, advogado Jayme Queiroz Lopes. “Embora eu adorasse exercer a Advocacia, a Magistratura sempre foi uma carreira que me despertou interesse, especialmente pela convivência com brilhantes magistrados. Foi um desafio que acabei enfrentando aos 51 anos de idade”, afirmou. “Esta Câmara é composta de juízes de enorme capacidade, o que torna nosso trabalho muito mais simples e agradável, apesar de não ser fácil julgar. Até hoje sinto o peso da responsabilidade por estarmos resolvendo a vida do cidadão e de sua família”, discursou, agradecendo as saudações e a presença dos amigos.
Também prestaram homenagens os desembargadores da 36ª Câmara, José Henrique Arantes Theodoro, Pedro Luiz Baccarat da Silva e Milton Paulo de Carvalho Filho; o desembargador Carlos Teixeira Leite; e o juiz substituto em 2º grau Sérgio Leite Alfieri Filho. Acompanhando a despedida, estiveram a desembargadora Lidia Maria Andrade Conceição, que agora fará parte da 36ª Câmara de Direito Privado; o desembargador Hamid Charaf Bdine Júnior; a juíza Maria Cláudia Bedotti; a procuradora de Justiça e ex-corregedora-geral do MPSP Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner; os filhos Maria Luiza Guedes Queiroz Lopes e Eduardo Guedes Queiroz Lopes; as enteadas Isabella Cunha Vigevani e Rafaella Cunha Vigevani; o advogado Camillo Ashcar; magistrados, servidores, advogados e amigos.
Trajetória – Jayme Queiroz Lopes Filho nasceu em São Paulo, em 1951. Graduou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), turma de 1975. Atuou como advogado antes de ingressar na Magistratura, em 2003, quando foi nomeado juiz do 2º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo pelo critério do Quinto Constitucional – Classe Advogado. Tomou posse como desembargador em 2005.
Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo