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G1 SP – Rodrigo Garcia toma posse como governador de SP

Termo de Posse foi assinado em agenda na unidade do Bom Prato em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista. Vice-governador assumiu o cargo após João Doria oficializar a saída para concorrer à presidência.

01-04-2022

Rodrigo Garcia, eleito como vice-Governador na chapa com Doria nas eleições de 2018, tomou posse como novo governador de São Paulo nesta sexta-feira (31).

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Carlão Pignatari, deu posse ao novo governador em cerimônia realizada na unidade do Bom Prato, em Paraisópolis, na Zona Sul da capital.

Segundo Garcia, o local foi escolhido porque a unidade foi idealizada por ele há dez anos, quando atuou como secretário da Assistência Social.

Nesta quinta -feira (31), João Doria (PSDB) oficializou, em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, a sua saída do governo de São Paulo e afirmou que vai manter a sua pré-candidatura à Presidência da República pelo partido.

O evento foi realizado no momento em que havia uma discussão sobre uma possível desistência de Doria à disputa.

Recuo na desistência

Ao longo do dia, o plano de uma possível desistência da pré-candidatura ao Palácio do Planalto era aventado como uma espécie de contra-ataque de Doria ao que ele via como uma traição do PSDB – uma ala do partido defende que o candidato tucano à Presidência seja Eduardo Leite, que deixou o governo do Rio Grande do Sul.

Garcia foi pego de surpresa e se irritou com a possibilidade de Doria permanecer no governo. Em protesto, pediu demissão do cargo de secretário de Governo.

Em seu discurso no Bandeirantes, Doria, dirigindo-se a Garcia, reforçou a lealdade do vice-governador.

“Como é bom olhar para os olhos das pessoas, Rodrigo, e perceber esse sentimento de gratidão. E gratidão é aquilo que eu sinto por você, amigo, colega, parceiro, leal e dedicado”, disse.

Doria e Garcia deram as mãos e todos cantaram o coro de “Brasil para frente, Doria presidente”.

Garcia retribuiu e disse: “Hoje, nós estamos chegando ao final de um ciclo, mas ninguém está aqui para te dizer adeus, nós estamos aqui para te dizer um até breve. Um até breve porque nós sabemos da importância para o Brasil daquilo que você fez em São Paulo e fará no restante do Brasil”.

Também estavam presentes ao evento o presidente do PSDB, Bruno Araújo, o presidente da Assembleia Legislativa, Carlão Pignatari (PSDB), o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, e Pignatari, reafirmaram “a importância de dar continuidade ao projeto” do governador.

Em meio a bastidores de um tucanato em ruínas, Doria frisou a participação de 619 prefeitos das 645 cidades do estado.

Prévias

Doria venceu as prévias do PSDB para concorrer à Presidência da República no fim de novembro de 2021. Na época, ele obteve mais que a maioria dos votos (50% mais um) e superou Leite e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.

A disputa foi marcada por divergências entre os pré-candidatos, que dividiram posições dentro da legenda. Ao longo da pré-campanha, Doria e Leite trocaram farpas, e a demora para a conclusão da votação acabou agravando a crise entre os governadores.

Apesar de ter perdido as prévias, Leite vem mantendo a disposição em concorrer à Presidência da República. Ele chegou a negociar uma ida para o PSD, de Gilberto Kassab, mas, após uma carta de tucanos tradicionais, decidiu permanecer no PSDB .

A última pesquisa Datafolha, feita em 22 e 23 de março, simulou dois cenários da disputa presidencial com a presença de Doria no 1º turno. Em ambos, ele tinha 2% das intenções de voto na pesquisa estimulada (em que os nomes são apresentados aos entrevistados) – percentuais ainda menores do que ele havia registrado em pesquisa feita em dezembro.

No final da semana passada, Eduardo Leite deixou o cargo de governador do Rio Grande do Sul e, no início desta semana, disse que respeita as prévias do PSDB, mas que elas não podem servir como corrente para o partido.

No último domingo (27), Doria chegou a afirmar, em coletiva de imprensa, que a articulação de parte minoritária de integrantes do PSDB que querem tirá-lo da disputa presidencial na eleição de 2022 é um “golpe” e uma “tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar” o partido.

Vice assume comando

Conforme determina a lei eleitoral, Doria teria até o dia 2 de abril para deixar o cargo de governador de São Paulo e se dedicar integralmente à campanha presidencial desse ano.

No lugar dele, o vice Rodrigo Garcia, que já tinha sido confirmado pelo PSDB como pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, assume o cargo.

Em evento em São Paulo no último dia 21 de março, Doria havia anunciado que deixaria o Palácio dos Bandeirantes no prazo estipulado.

A situação de um vice assumir o cargo de governador de São Paulo enquanto também é candidato ao posto já aconteceu anteriormente no passado.

Em 2018, por exemplo, Márcio França (PSDB) se tornou governador quando Geraldo Alckmin, então no PSDB, renunciou ao cargo para concorrer ao Palácio do Planalto. Nem um dos dois foi eleito nas eleições daquele ano.

O próprio Alckmin, que era vice de Mário Covas em 1998, também assumiu o governo naquele ano. Covas tentava a reeleição ao mesmo cargo, mas decidiu deixar o posto devido à dificuldade de governar e fazer a campanha ao mesmo tempo.

Fonte: G1 – São Paulo