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Clipping – G1 – Cartórios do Alto Tietê registram aumento de 48,5% no número de casamentos em setembro

09-11-2020

Comparação foi feita com o mês de abril. Número é maior, inclusive, do que o registrado em maio, no mês das noivas

Os casais que adiaram o casamento por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) estão, aos poucos, retomando esse sonho. Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-SP) apontam que, em setembro, o número de uniões registradas nos cartórios do Alto Tietê cresceu em 48,5% na comparação com o mês de abril.

De acordo com o oficial do Cartório de Registro Civil do Distrito de Jundiapeba, Rodrigo Napolitano, boa parte do público que resolveu selar a união no segundo semestre é formada por casais que já tinham a cerimônia agendada ou que iniciaram a solicitação do casamento, mas não marcaram a data por causa da Covid-19.

Agora, para garantir que as cerimônias sejam realizadas sem riscos, as unidades adotaram medidas de segurança. A recomendação é limitar a quantidade de acompanhantes, realizar cerimônias mais rápidas e manter o uso de máscaras.

Em março, antes que a Covid-19 afetasse a realização das cerimônias, os cartórios oficializaram 726 matrimônios. No mês seguinte o número caiu e chegou a 428. O índice voltou a crescer em junho e, em setembro, atingiu seu maior número. Foram, ao todo, 636 casamentos nas dez cidades da região.

O número é maior, inclusive, do que o registrado no “mês das noivas”. Em maio, o número caiu 60% na comparação com o observado em 2019. No entanto, apesar do crescimento, o índice ainda é menor do que o de setembro do ano passado, quando os cartórios oficializaram 980 matrimônios.

Números por cidade

Os maiores aumentos foram registrados em Guararema, que passou de nenhum casamento em abril para 9 em setembro, e em Mogi das Cruzes, que em setembro dobrou o número de uniões registradas no quarto mês do ano.

Em seguida então Santa Isabel, com 60% a mais, Poá, com um aumento de 57,4% e Biritiba Mirim, com 44,4% mais casamentos. Já Ferraz de Vasconcelos registrou um aumento de 32,1% no número de matrimônios em cartório.

Nas cidades de Itaquaquecetuba e Suzano foram, respectivamente, 28% e 24,1% a mais. Em Arujá o aumento foi de 6,8%, enquanto Salesópolis foi a única cidade que registrou queda (-25%). Confira abaixo os números absolutos:

Mudança de planos

A bancária Daniela Batista de Melo Araújo e o marido estão entre os casais que adiaram o casamento por causa do coronavírus e preferiram selar a união no segundo semestre. O casamento, que deveria ter ocorrido antes da pandemia, foi realizado em outubro no Cartório de Registro Civil de Jundiapeba.

“A princípio a gente ia fazer tudo no início do ano, antes da pandemia, lá para março. Nós estávamos terminando as coisas da nossa casa para poder mudar. Aí veio a pandemia, então atrasou tudo, a entrega das coisas da casa”, comenta.

“Acabou que, por conta da pandemia, não deu. Eu queria que fosse na data do dia 10. Aí, como já estava prestes a fazer uma entrega, a última coisa que faltava para entregar na nossa casa, ia ficar próximo do dia 10, que era sábado de outubro”, completa Daniela.

Agora casada, a bancária afirma que o atendimento no cartório foi rápido. O local, que está movimentado e mostra sinais de recuperação, realizou uma cerimônia curta, em que apenas os noivos e os pais de Daniela estavam presentes.

A comemoração após a festa também precisou ser simples. Ela explica que, antes da pandemia, o casal já tinha dúvidas sobre a realização de uma festa. Com o cenário atual, eles acabaram decidindo por uma celebração intimista, mas que ficará para sempre na memória.

“No fim a gente fez o casamento no cartório, um almoço na casa do meu pai, os pais dele e os avós. A gente contratou uma pessoa para tirar foto. Só. Foi uma coisa bem simples, mas que ficou uma lembrança pra gente”.

Medidas de segurança

Para o oficial do Cartório de Registro Civil do Distrito de Jundiapeba, Rodrigo Napolitano, a tendência é que o número continue aumentando em novembro e dezembro, embora ainda seja menor do que em anos anteriores.

Assim como observado em toda a região, ele afirma que a unidade registrou queda no número de cerimônias por causa da pandemia, mas que os casamentos voltaram a ganhar força em setembro. Agora, os casais que adiaram as uniões voltam para oficializá-las.

“No início da pandemia houve uma queda muito grande em casamentos. Teve uma movimentação para adiar as celebrações. Passando algum período, depois do mês de julho, agosto, as pessoas retornaram”, disse Rodrigo.

Por causa da Covid-19, os cartórios precisaram adotar medidas de segurança, como forma de reduzir os riscos de contaminação pela doença. O objetivo principal, segundo Napolitano, é diminuir a quantidade de pessoas que acompanham as cerimônias e, assim, garantir o distanciamento social.

“Todos os cartórios adotaram precaução, formas de reduzir a quantidade de pessoas. As recomendações para comparecimento é de apenas duas testemunhas, que é o obrigatório por lei, as celebrações [também estão] um pouco mais rápidas”, comenta.

“Álcool em gel, desde que entra no cartório tem vários disponíveis e a obrigatoriedade de máscara, até por força do decreto municipal, tem que permanecer com ela. A gente também tem aberto alguns dias a mais para celebração, para não concentrar no mesmo dia”, completa o oficial.

Embora a maioria dos casamentos seja feita aos sábados, algumas unidades passaram a disponibilizar outros dias da semana para a realização. Em Jundiapeba, por exemplo, as uniões também ocorrem às quartas e quintas-feiras. Para quem quer levar convidados, o oficial destaca que não há proibição, mas que os casais devem ter bom senso.

“As vezes, quando tem casamento, estão familiares, padrinhos. Eles querem se cumprimentar, querem tirar foto junto. A gente espera que as pessoas, mesmo que não avisem nada, adquiriram essa consciência da necessidade de não aglomerar e proceder rápido, se retirar rápido”.

Fonte: G1